Pancreatite: tipos, causas, sintomas e tratamentos
O pâncreas é uma glândula grande atrás do estômago e perto da primeira parte do intestino delgado, que segrega sucos digestivos do intestino delgado através de um tubo chamado ducto pancreático. O pâncreas também libera os hormônios insulina e glicose no sangue, além de ajudar a absorver e digerir os alimentos.
A pancreatite é uma inflamação do pâncreas. Isto ocorre quando as enzimas digestivas começam a digerir o pâncreas. A pancreatite pode ser aguda ou crônica. De qualquer maneira, é uma doença grave e pode levar a complicações.
Pancreatite aguda
A pancreatite aguda ocorre de repente e normalmente desaparece em poucos dias com tratamento. São registrados cerca de 5,9 casos a cada 100 mil habitantes todos os anos no Brasil.
Causas da pancreatite aguda
A causa mais comum de pancreatite aguda, entre 60 ou 80% dos casos, está relacionada aos cálculos biliares e o abuso de álcool. Esta condição é comum em pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e naqueles com hiperparatireoidismo e hipercalcemia.
Também foi observada a ocorrência desta doença no pós-operatório após a cirurgia torácica e abdominal, e as pessoas com níveis excessivos de gordura no sangue (hiperlipidemia).
Outras causas menos comuns de pancreatite estão relacionadas a certos medicamentos, traumas ou causas genéticas.
Sintomas de pancreatite aguda
Entre os principais sintomas de pancreatite aguda estão a dor abdominal intensa que irradia para os ombros e as costas, a presença de vômitos, febre, e, em alguns casos, derrame pleural, com dificuldade em respirar.
Se o quadro se agrava, outros sintomas, tais como a diminuição da pressão arterial, insuficiência respiratória, renal ou cardíaca e desordens mentais, podem aparecer.
Pancreatite crônica
A pancreatite crônica é uma inflamação repetitiva, que piora ao longo do tempo e leva a danos permanentes. Sua incidência está entre 5 a 10 casos para cada 100 mil pessoas por ano.
Causas da pancreatite crônica
A pancreatite crônica é em 90% dos casos devido ao consumo regular de álcool, sendo mais frequente no sexo masculino entre 35 e 45 anos. Mesmo o consumo moderado de álcool pode causar pancreatite para as pessoas que sofrem de predisposição genética, especialmente se está associada com certos hábitos alimentares, consumo de drogas e de outros fatores. Na verdade, dietas ricas em proteínas podem promover o desenvolvimento de pancreatite em alcoólatras.
Ocasionalmente, esse problema aparece com fibrose cística ou hiperparatireoidismo, ou uma doença herdada geneticamente.
Sintomas de pancreatite crônica
A pancreatite crônica apresenta-se com dor abdominal irradiando para as costas, distúrbios digestivos (náuseas, vômitos) e intolerância ao álcool, perda de peso (associada com má digestão), e diarreia com a presença de gordura nas fezes, o que dá uma aparência irregular.
Por vezes, o paciente desenvolve diabetes mellitus, porque o pâncreas não é capaz de produzir insulina adequadamente. Além disso, pacientes com pancreatite crônica induzida pelo álcool tem calcificações pancreáticas.
Diagnóstico da pancreatite
O diagnóstico de pancreatite aguda pode ser definido com base no quadro clínico descrito pelo paciente, e confirmado pelo aumento das concentrações de amilase no sangue. A tomografia computadorizada com contraste (CPRE) é o melhor teste não invasivo para demonstrar mudanças na forma do pâncreas que estão associados a esta doença. Esse exame também é útil em casos de pancreatite traumática e cálculos biliares.
Para o diagnóstico de pancreatite crônica deve considerar o uso continuado de álcool, dor abdominal crônica ou episódica, e a presença de calcificações pancreáticas, e outros sinais como perda de peso ou diarreia persistente. Má digestão de gorduras e proteínas devido à diminuição da secreção de enzimas pancreáticas é outro sinal.
O raio-x abdominal pode revelar calcificações pancreáticas, enquanto a ultra-sonografia é útil para verificar a presença de pâncreas aumentado, ou para identificar um pseudocisto preenchido com fluido. A tomografia computadorizada com contraste é o exame radiológico que ajuda a diagnosticar precocemente as alterações dos ductos pancreáticos.
O seu médico poderá pedir testes em amostras de sangue ou fezes em ambos os casos.
Tratamento da pancreatite
Os pacientes com pancreatite aguda devem ser hospitalizados para controlar a sua evolução. O tratamento para pancreatite aguda é baseado em fluidos intravenosos intensivos e suspensão da ingestão oral para descansar o pâncreas. A utilização de analgésicos é necessária para controlar a dor grave na região abdominal.
Se pancreatite é causada pela presença de pedras no ducto biliar, indica-se a remoção endoscópica de cálculos biliares que causam obstrução durante as primeiras 72 horas após o início dos sintomas.
O tratamento de pancreatite crônica tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e tentar reduzir as possíveis complicações, e baseia-se no controle da dor, da má absorção de alimentos e diabetes mellitus.
Como na forma aguda, é necessário dar um descanso ao pâncreas e eliminar completamente a ingestão de álcool.
Analgésicos de ação curta são adequados para controle da dor. É indicado o uso de anestésicos locais e corticoides para reduzir a morbidade e a mortalidade associadas a esse distúrbio. À medida que o pâncreas perde a sua função, é necessário dar as enzimas orais ao paciente que deixou de produzir.
O que esperar?
A pancreatite pode ser uma doença constante. Seus sintomas podem piorar ou desaparecer por um tempo e depois reaparecer. Você pode se sentir deprimido, irritado ou frustrado. A dor crônica pode tornar difícil para os pacientes realizarem atividades diárias. Converse com seu médico sobre formas de gerir seus sintomas.
Prevenção e prognóstico da pancreatite
Embora qualquer pessoa saudável possa sofrer um episódio de pancreatite aguda, há um certo número de fatores que favorecem o seu aparecimento, e o fator de risco evitável é o álcool. Uma dieta pobre em gorduras também diminui a incidência de cálculos biliares. A evolução da pancreatite aguda também é muito variável.
Cerca de 25% dos pacientes com a doença têm complicações graves. A infecção do pâncreas está associada com uma mortalidade de cerca de 20% dos casos.
Para reduzir as chances de desenvolver uma pancreatite crônica devem evitar o principal fator de risco, que é o consumo regular de álcool (responsável por 90% dos casos). Também é aconselhável seguir uma dieta equilibrada e não abusar de gorduras. Quando a doença é devida à ingestão de álcool, eliminar o hábito melhora significativamente os sintomas da pancreatite e o prognóstico de longo prazo.
Outras dicas
Para ajudar a gerenciar a pancreatite, você deve fazer o seguinte:
– Siga cuidadosamente as instruções do seu médico.
– Tenha uma dieta saudável e baixa em gordura.
– Pare de fumar e beber álcool. Converse com seu médico sobre as formas de conseguir esse objetivo.
– Beba muita água para se manter hidratado. A pancreatite pode causar desidratação.
– Faça uma lista de objetivos para melhorar a sua qualidade de vida, tais como dormir melhor ou praticar exercícios físicos.
– Para reduzir o estresse, aprenda a fazer exercícios de relaxamento.
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Mais informações
A pancreatite é uma doença grave que pode ser mortal. Se não tratada corretamente, pode causar outras complicações como insuficiência renal aguda, cistos ou abcessos no pâncreas, insuficiência cardíaca, pressão arterial baixa e até mesmo câncer de pâncreas.