O que são anfetaminas e quais os efeitos de seu uso

O que são anfetaminas e quais os efeitos de seu uso

A anfetamina é uma substância que tem uma história bastante interessante e é usada atualmente como medicamento para certas condições de saúde e como drogas sintéticas devido a seus efeitos estimulantes do sistema nervoso central, que envolve o cérebro e os nervos da medula espinhal.

Neste artigo, vamos abordar o assunto anfetamina, sua história, uso médico, seus efeitos colaterais e contra-indicações.

O que é anfetamina

A anfetamina é um potente estimulador do sistema nervoso central. Ela desempenha um papel medicinal em uma série de doenças e é altamente viciante.

Medicamente, a anfetamina é utilizada para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e narcolepsia, uma doença caracterizada por episódios de sonolência intensa e inadequada. Em menor grau, anfetamina também é usado no tratamento de depressão e obesidade.

História da anfetamina

Ao longo dos anos, a anfetamina tem sido usada para tratar várias doenças. A anfetamina foi sintetizada pela primeira vez em 1887 por Lazăr Edeleanu, um químico romeno que trabalhava na Alemanha, e a nomeou fenilisopropilamina.

Durante a Segunda Guerra Mundial, anfetaminas e metanfetaminas (uma substância química similar) foram utilizadas por seus efeitos estimulantes e para manter os soldados acordados e mais ativos para a guerra. Por exemplo, os pilotos de bombardeiros usaram anfetaminas para permanecer alertas em longas missões. No entanto, tempos depois ela foi proibida, pois foi descoberto que o uso da anfetamina comprometia altamente o desempenho desses pilotos.

À medida que as propriedades aditivas das anfetaminas se tornaram conhecidas, os países começaram a controlar seu uso e banir a droga.

Sob o nome comercial de anfetamina, ela foi utilizada na medicina (com resultados mistos) para o tratamento de condições tais como a epilepsia, doença de Parkinson, fadiga, depressão, esquizofrenia, alcoolismo e outras dependências, miastenia gravis (um estado de fraqueza muscular), enxaqueca, enjoo e soluços persistentes.

A anfetamina também é usada ​​por motoristas de caminhão, o famoso “rebite”, que deixam eles acordados. Estudantes também fazem seu uso para permaneceram acordados as vésperas de provas e ela pode ser ainda encontrada no ecstasy.

Efeitos da anfetamina

Através da ativação de receptores específicos, a anfetamina aumenta a atividade de um certo número de neurotransmissores, especialmente norepinefrina e dopamina. Essas alterações causam alterações na libido, aumentam a vigília, melhoram o controle cognitivo e produzem euforia.

Fisicamente, a anfetamina pode diminuir o tempo de reação de uma pessoa, aumentar sua força muscular e reduzir a fadiga.

Em doses elevadas, a anfetamina reduz a capacidade cognitiva e afeta os músculos. Em doses muito elevadas, podem ocorrer psicose, incluindo delírios e paranoia. A toxicodependência é também um risco sério em doses elevadas.

Uma classe de fármacos baseados na estrutura de anfetaminas, referidas como substitutas das anfetaminas, incluem metanfetamina, catinona e efedrina, por exemplo.

Utilizações médicas de anfetamina

Existem várias normas médicas e leis que restringem e proíbem o uso da anfetamina, mas ela pode ser ainda prescrita para o tratamento das seguintes condições:

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

O TDAH é caracterizado por hiperatividade, irritabilidade, instabilidade do humor, dificuldades de atenção, falta de organização e comportamentos impulsivos. Estima-se que a desordem afete 11% das crianças.

Anfetaminas combatem alguns destes sintomas e ajuda a melhorar o desenvolvimento do cérebro em crianças com TDAH. O tratamento a longo prazo de medicamentos à base de anfetaminas em crianças parece diminuir a função e as estruturas anormais do cérebro.

O TDAH persiste às vezes na idade adulta, mas as anfetaminas são menos úteis em indivíduos adultos e seus efeitos colaterais frequentemente levam-nos a deixar de tomar a medicação.

Narcolepsia

A narcolepsia é caracterizada por sonolência diurna excessiva e episódios de sono irresistíveis, chamados de “ataques de sono”. Emoções fortes podem desencadear uma perda súbita e imparável do tônus ​​muscular (cataplexia) e surtos de sono.

As anfetaminas têm sido usadas para tratar a narcolepsia desde a década de 1930. Um derivado de anfetamina (metilfenidato) que tem menos efeitos colaterais, também tem sido usado. Devido aos efeitos colaterais das anfetaminas, elas estão sendo cada vez mais substituídos pelo modafinil, um medicamento que promove a vigília.

Obesidade

Anfetaminas, comercializados como Benzedrina, foram utilizadas pela primeira vez como uma forma de tratar a obesidade na década de 1930. Elas aumentaram de popularidade ao longo das décadas seguintes, devido a sua capacidade de supressão do apetite.

Embora o uso de anfetaminas para tratar a obesidade tenha caído, um recente ensaio em pequena escala usando dexanfetamina, uma molécula semelhante à anfetamina, mostrou bons resultados. A redução do apetite, o controle cognitivo melhorado e a redução do comportamento compulsivo atribuído ao fármaco produziram perda significativa de peso em um estudo de 6 meses envolvendo apenas 12 indivíduos.

No entanto, devido aos efeitos colaterais e ao potencial de dependência e abuso, os profissionais médicos geralmente não recomendam anfetaminas e seus derivados para ajudar a reduzir a obesidade.

Depressão

As anfetaminas são (raramente) usadas para tratar tipos de depressão que não respondem a outros tratamentos, particularmente em indivíduos cuja depressão predominantemente caracteriza fadiga e apatia.

Nesses casos, as anfetaminas (e outros psicoestimulantes) podem ser usados em conjunto com a medicação antidepressiva padrão.

Em um estudo que acompanhou 65 pacientes tomando anfetaminas juntamente com medicação normal, 38 apresentaram melhora significativa, em particular com relação à energia, humor e atividade psicomotora. De acordo com os autores, os efeitos colaterais foram mínimos e não houve dependência da droga.

Efeitos colaterais da anfetamina

A anfetamina tem o potencial de produzir muitos efeitos colaterais. Eles variam em gravidade.

Efeitos colaterais físicos da anfetamina

  • – Hipertensão ou hipotensão (pressão arterial ou baixa)
  • – Fenômeno de Raynaud (redução do fluxo sanguíneo para as extremidades)
  • – Disfunção erétil
  • – Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
  • – Dor abdominal, perda de apetite, náuseas, perda de peso
  • – Acne, erupção cutânea, urticária
  • – Visão embaçada
  • – Boca seca
  • – Retificação de dentes
  • – Sangramento nasal
  • – Transpiração intensa
  • – Congestão nasal
  • – Perda de coordenação
  • – Maior probabilidade de convulsões para indivíduos susceptíveis
  • – Tiques
  • – Convulsões
  • – Tremor
  • – Perda de consciência
  • – Ataque cardíaco ou outros eventos cardíacos graves
  • – Sentimentos irrealistas de inteligência, grande competência e poder
  • – Respirações mais rápidas e profundas (especialmente para indivíduos com outras condições pulmonares)
  • – Dificuldade em urinar (devido à constrição do esfíncter da bexiga)

Efeitos colaterais psicológicos da anfetamina

  • – Mudanças de humor
  • – Alterações mentais
  • – Insônia
  • – Ansiedade
  • – Euforia
  • – Paranoia
  • – Alucinações
  • – Comportamento violento
  • – Alterações na libido
  • – Irritabilidade
  • – Comportamentos obsessivos
  • – Inquietação
  • – Psicoses (raras)

A toxicodependência é um risco sério se as anfetaminas são tomadas de forma recreativa, mas em doses terapêuticas típicas, as chances de se tornarem viciantes são muito baixas.

Há evidências de que o uso de anfetaminas para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade poderia prejudicar o crescimento em crianças. No entanto, alguns estudos mostram que qualquer redução na velocidade de crescimento pode ser apanhado por um efeito contrário, uma vez que a droga é deixada de usar.

Um estudo mostrou que, se a droga é interrompida antes dos 13 anos de idade, não há diferença na altura final da criança. A evidência até à data é inconclusiva quanto à gravidade deste efeito.

Contraindicações da anfetamina

As contraindicações para anfetaminas incluem:

  • – Sensibilidade às anfetaminas ou seus derivados
  • – Arteriosclerose avançada (espessamento ou endurecimento das paredes das artérias)
  • – Propensão para agitação
  • – Glaucoma (pressão dentro do olho)
  • – Histórico de abuso de drogas
  • – Hipertireoidismo (tireoide hiperativa)
  • – Hipertensão moderada a grave (pressão alta)
  • – Doença cardiovascular
  • – Uso de medicamentos inibidores da MAO

Anfetaminas drogas

As anfetaminas são usadas até hoje em várias drogas ilícitas, como o ecstasy e outras drogas sintéticas, assim como o rebite do caminhoneiro e por universitários. Essas drogas usadas em baladas ou por estudantes e caminhoneiros, tentem a deixar seu usuário atento e com um sensação de euforia, acuidade visual e sensação de luminosidade.

No entanto, passados estes efeitos, a droga causa depressão, irritabilidade, cansaço e sonolência. Além disso, seu corpo pode se acostumar com a dose usada, o que faz com que a pessoa que faz uso desta substância use uma quantidade maior para sentir seus efeitos, levando a dependência e outros efeitos colaterais graves.

Anfetamina comprar

A anfetamina pode ser comprada em farmácias de manipulação e drogarias, somente com receita médica. Fique longe de qualquer outra maneira de adquirir a droga que não seja nesses locais.

Mais informações

A anfetamina já foi provada causar vários efeitos colaterais graves e dependência, por isso, discuta com seu médico o uso desta substância se ele lhe receitar e procure a opinião de outros especialistas. Logicamente, nunca use drogas ilícitas, sendo a base de anfetaminas ou não.