O que é síndrome de kawasaki, quais os sintomas e como tratar a doença
Algumas doenças podem afetar somente pessoas de uma certa faixa etária. Esse é o caso da Síndrome de kawasaki ou Síndrome do linfonodo mucocutâneo, que atinge as crianças e causa vários sintomas desde leves à graves. Conheça as causas, sintomas e tratamentos dessa doença.
O que é síndrome de kawasaki?
A Síndrome de Kawasaki é uma doença rara da infância que afeta os vasos sanguíneos. Os sintomas podem ser severos por vários dias e podem parecer assustadores para os pais. Mas a maioria das crianças retorna às atividades normais.
Essa síndrome causa inflamação nas artérias, veias e capilares em todo corpo, incluindo as que transportam sangue para o coração. Também afeta os linfonodos e causa sintomas que afetam o nariz, boca e garganta. É a causa mais comum de doença cardíaca em crianças.
A doença é mais comum em crianças de 1 a 2 anos e é menos comum em crianças com idade superior a 8 anos. A doença também não é contagiosa.
Quais são as causas da síndrome de Kawasaki?
A causa dessa doença ainda não é conhecida. Microrganismos e toxinas foram suspeitas, mas nenhum foi identificado até o momento. É comum que a doença de Kawasaki ocorra após uma infecção anterior, como amigdalite, infecção no ouvido, pneumonia, infecção urinária ou infecção gastrointestinal. Os fatores genéticos e o sistema imunológico parecem desempenhar papeis importantes no desenvolvimento da doença, que se caracteriza pela ativação imune. A doença é mais comum naqueles de descendência japonesa ou coreana.
Sintomas síndrome de Kawasaki
Os sintomas da síndrome de Kawasaki incluem:
- – Febre com duração de pelo menos 5 dias
- – Olhos vermelhos
- – Erupção cutânea
- – Lábios e língua inchados, vermelhos e rachados
- – Nódulos linfáticos inchados no pescoço
- – Doença ulcerativa das gengivas (gengivite)
- – Dor nas articulações frequentemente em ambos os lados do corpo
- – Irritabilidade
- – Tosse e coriza
Obtenha ajuda médica imediatamente se seu filho tiver sintomas da doença de Kawasaki. O diagnóstico e tratamento precoce muitas vezes podem evitar futuros problemas cardíacos.
Fatores de risco
A doença é mais comum em crianças, particularmente aquelas de descendência asiática e do sexo masculino. Cerca de 75% dos casos de síndrome de kawasaki ocorrem em crianças menores de 5 anos. Os pesquisadores não acreditam que a doença possa ser herdada, mas os fatores de risco tendem a aumentar dentro das famílias. Irmãos de alguém que possui a síndrome de kawasaki são 10 vezes mais propensos a ter a doença.
Diagnostico síndrome de kawasaki
A síndrome de Kawasaki pode ser difícil de diagnosticar, pois não há teste para isso. Seu médico pode diagnosticar essa doença devido a tais fatores:
- – Seu filho tem febre que dura pelo menos 5 dias
- – Seu filho tem alguns dos outros cinco sintomas listados acima
- – Seu filho também deve pedir exames laboratoriais de rotina e um ecocardiograma para verificar problemas cardíacos
Além de verificar os sintomas, seu médico deverá também descartar outras doenças semelhantes, tais como:
- – Escarlatina, uma infecção bacteriana que causa febre, calafrios e dor de garganta
- – Artrite reumatoide juvenil, uma doença crônica que causa dor nas articulações e inflamação
- – Sarampo
- – Síndrome do choque tóxico
- – Artrite juvenil idiopática
- – Intoxicação por mercúrio juvenil
- – Reação médica
Tratamento síndrome de Kawasaki
As crianças diagnosticadas com síndrome de Kawasaki devem começar o tratamento imediatamente para prevenir danos cardíacos.
O tratamento envolve uma infusão de anticorpos (imunoglobulina intravenosa) durante 12 horas dentro de 10 dias da febre e uma dosagem diária de aspirina nos próximos quatro dias.
A infusão de anticorpos demonstrou diminuir a chance de desenvolver aneurismas nas artérias coronárias, especialmente quando usado no início da doença. A criança pode precisar continuar a tomar doses mais baixas de aspirina por seis a oito semanas após a febre desaparecer para evitar a formação de coágulos sanguíneos.
Algumas crianças podem exigir um tempo de tratamento mais longo para prevenir uma artéria bloqueada ou um ataque cardíaco. Nestes casos, o tratamento envolve doses diárias de aspirina antiplaquetária até terem um ecocardiograma normal. Pode levar seis a oito semanas para anormalidades da artéria coronária serem revertidas.
Às vezes, medicamentos de cortisona são administrados. As dores nas articulações persistentes são tratadas com drogas antiinflamatórias, como ibuprofeno (Advil) ou naproxeno (Aleve).
A troca de plasma (plasmaférese) foi relatada como efetiva em pacientes que não estavam respondendo à aspirina e à. A plasmaférese é um procedimento pelo qual o plasma do paciente é removido do sangue e substituído por fluidos contendo proteínas. Ao retirar porções do plasma do paciente, o procedimento também remove os anticorpos e as proteínas que são danificadas como parte da reação imune que está causando a inflamação da doença.
Possíveis complicações da síndrome de Kawasaki
A síndrome de Kawasaki leva a sérios problemas cardíacos em cerca de 25% das crianças que têm a doença. Se não tratada pode levar a aumentar o risco de um ataque cardíaco e causar:
- – Miocardite ou inflamação do músculo cardíaco
- – Arritmia ou um ritmo cardíaco anormal
- – Aneurisma ou enfraquecimento e abaulamento da parede da artéria
O tratamento para este estágio da doença requer a administração prolongada de aspirina. Os pacientes também podem precisar de anestesia ou serem submetidos a procedimentos como angioplastia coronária, stent da artéria coronária ou bypass da artéria coronária. As crianças que desenvolvem problemas de artéria coronária devido a síndrome de Kawasaki devem evitar um estilo de vida que possa aumentar seu risco de ataque cardíaco. Esses fatores incluem ser obeso ou ter sobrepeso, ter colesterol elevado e conviver com fumantes.
Mais informações
A síndrome de Kawasaki deve ser considerada uma possibilidade em qualquer criança com febre que dure mais de cinco dias, especialmente se estão mostrando outros sintomas da doença. A doença tem um desfecho positivo quando diagnosticada e tratada precocemente. Com tratamento, apenas 3 a 5% dos casos se desenvolvem em problemas da artéria coronária.