O que é radiação, quais seus tipos e as consequências da exposição à ela

O que é radiação, quais seus tipos e as consequências da exposição à ela

A radiação está em todo o lugar e, ao contrário do que muita gente pensa, ela não traz somente malefícios para a saúde. Hoje, vamos falar mais sobre as radiações, o que a exposição a ela pode causar e como se proteger adequadamente.

O que é radiação?

A radiação é um tipo de energia que viaja pelo espaço na forma de ondas ou partículas e pode penetrar vários materiais. A radiação pode vir do sol, vários dispositivos eletrônicos que você possui, ou mesmo a comida na sua cozinha. A boa notícia é que a grande maioria das radiações que você está exposto é relativamente inofensiva.

Se a radiação pode ou não prejudicar você depende do tipo de radiação, da dosagem em que você entrar em contato e do tempo de exposição.

Os altos níveis de radiação podem ser perigosos para as pessoas, mas baixos níveis de radiação estão em todo lugar e não afetam a saúde humana.

Alguns tipos de radiação são mais perigosos do que outros. A radiação ionizante é mais perigosa do que a radiação não ionizante. Quanto mais radiação ionizante as pessoas estão expostas, mais perigoso é.

Radiação não ionizante

A radiação não ionizante tem menos energia do que a radiação ionizante e está presente no microondas ou ondas de rádio e televisão. Seu efeito geralmente é limitado a geração de luz ou calor.

Radiação ionizante

A radiação ionizante consiste em ondas eletromagnéticas com energia suficiente para que os elétrons se separem dos átomos e moléculas na matéria que passam, alterando sua estrutura, um processo conhecido como ionização.

Exemplos incluem radiação ultravioleta (UV), raios-X e raios gama do espectro eletromagnético e partículas subatômicas, como partículas alfa, partículas beta e nêutrons.

Tipos de radiação

Pode-se descrever as emissões como radiação gama, beta e alfa. Veja as características de cada uma delas e como se comportam:

Radiação alfa (α)

As partículas alfa consistem em dois prótons e dois nêutrons, sob a forma de núcleos atômicos. As partículas alfa são duplamente carregadas (decorrentes da carga dos dois prótons). Sua carga, velocidade relativamente baixa e alta massa de partículas alfa fazem com que elas interagem mais prontamente com a matéria do que partículas beta ou raios gama e perdem sua energia rapidamente. Esse tipos de radiação tem pouca energia penetrante e podem ser interrompido pela primeira camada de pele ou uma folha de papel. Mas dentro do corpo podem infligir danos biológicos mais severos do que outros tipos de radiação.

Radiação beta (β)

As partículas beta são elétrons de movimento rápido, ejetados dos núcleos de muitos tipos de átomos radioativos. Essas partículas são carregadas individualmente (a carga de um elétron), são mais leves e ejetadas a uma velocidade muito maior do que as partículas alfa. Elas podem penetrar até 1 a 2 centímetros de água ou carne humana. Esse tipo pode ser interrompido por uma folha de alumínio com alguns milímetros de espessura. Os raios gama, como a luz, representam a energia transmitida em uma onda sem o movimento do material, assim como o calor e a luz.

Radiação gama (γ)

Os raios-gama e os raios-X são praticamente idênticos, exceto que os raios-X são produzidos artificialmente em vez de serem provenientes do núcleo atômico. Mas, ao contrário da luz, esses raios têm grande poder penetrante e podem passar pelo corpo humano. Os Raios x são muito usados em exames médicos. Concreto, chumbo ou água é usada para proteger-nos deles.

Efeitos biológicos da radiação

Não há como prever como a radiação irá afetá-lo. Você pode ter efeitos colaterais leves ou ter muitos problemas graves. Isso depende do tipo de radiação que você recebe, quanto você obtém, a parte do seu corpo que recebe e quão saudável você está no geral.

A alta exposição que ocorreu no acidente nuclear de Chernobil, na Ucrânia, causou várias mortes, enquanto outras pessoas tiveram sérios problemas de saúde como leucemia e cânceres. Já a exposição de trabalhadores de usinas nucleares ou radiologistas, por exemplo, não causam mais do que dores de cabeça leves, mal estar, possibilidade de desenvolver catarata. A exposição à radiação sofrida por esse profissionais deve ser monitorada para que não exceda do limite estabelecido. Há também relatos de que pode haver uma menor expectativa para esses trabalhadores.

No Brasil também ocorreu um acidente radiológico em Goiânia, ele ficou conhecido como acidente com o césio-137. Foi um sério episódio de contaminação por radioatividade que teve inicio em 13 de setembro de 1987, foi classificado como nível 5 (na Escala Internacional de Acidentes Nucleares).

A contaminação começou com 2 catadores que encontraram um aparelho utilizado em radioterapias em um clínica abandonada, ao achar que se tratava de uma sucata, eles desmontaram e passaram para outros indivíduos, o que gerou um rastro de contaminação, afetando assim a saúde de centenas de pessoas. Esse foi o maior acidente radiológico do Brasil.

Como a radiação é utilizada na medicina?

Nos cuidados de saúde, a radiologia é usada para diagnosticar doenças usando tecnologias de imagem baseadas em radiação. Mas também pode ser utilizada no tratamento de algumas doenças, como o câncer.

A radiografia projetada fornece uma imagem de uma parte do corpo. As técnicas incluem raios-X, fluoroscopia, tomografia computadorizada (TC), ultrassom e ressonância magnética.

No caso do raio-X, por exemplo, a radiação é dirigida através de uma parte do corpo, que absorve algumas das radiações. O tecido duro, como o osso, absorve mais radiação do que os tecidos moles, como músculo. Os raios-X que não são absorvidos passam pelo corpo e expõem filmes fotográficos do outro lado do corpo, criando um efeito de sombra.

Além das técnicas de imagem, existem outras que são usadas no tratamento, bem como no diagnóstico. Quando a radiação é usada no tratamento, é chamado de radioterapia. A radioterapia usa produtos farmacêuticos especiais chamados radiofármacos. Esses radiofármacos possuem átomos com um núcleo instável, o que significa que eles podem emitir radiação.

Na radioterapia, os médicos usam essas partículas radioativas para várias finalidades. Elas podem tratar doenças como câncer, servem preparar o corpo para os transplantes de medula óssea, entre outros usos.

Consequências do excesso de radiação

A forma como uma pessoa está exposta (externa ou interna) e por quanto tempo uma pessoa está exposta é importante para estimar os efeitos da radiação sobre a saúde. O risco de exposição a um elemento radioativo específico depende de:

  • – A energia da radiação que ele emite
  • – Sua atividade (com que frequência ele emite radiação)
  • – A taxa em que o corpo metaboliza e elimina a radiação
  • – Onde a radiação concentra-se no corpo e quanto tempo permanece lá

O risco de a exposição a um elemento radioativo causar um efeito particular sobre a saúde também depende de se a exposição é interna ou externa. A exposição interna é quando o material radioativo entra no corpo comendo, bebendo, respirando ou injetando (de certos procedimentos médicos). As partículas alfa e beta representam uma séria ameaça à saúde se quantidades significativas forem inaladas ou ingeridas. Fora do corpo, as partículas alfa são muito grandes para passar pela pele ou uma fina camada de roupas.

A exposição externa (também conhecida como exposição direta) é quando a fonte radioativa está fora do seu corpo. Raios-X e raios gama podem passar pelo seu corpo, depositando energia.

A ciência atual sugere que existe algum risco de câncer a qualquer exposição à radiação. No entanto, é muito difícil dizer se um determinado câncer foi causado por doses muito baixas de radiação ou por outra coisa.

Os efeitos mais graves ocorrem quando grandes partes do corpo são expostas a uma grande quantidade de radiação. A grande exposição pode ocorrer de uma só vez ou de múltiplas exposições em um curto período de tempo. Exemplos incluem acidentes em uma fonte de radiação industrial ou explosões nucleares.

As mulheres grávidas e as crianças são especialmente sensíveis à exposição à radiação. Isso ocorrem, pois células de crianças e fetos se dividem rapidamente, proporcionando mais oportunidades da radiação interromper o processo e causar danos às células.

Como se proteger da radiação

Como vimos, a alta exposição à radiação é o que oferece mais riscos para a saúde. Alguns cuidados que se deve tomar em caso de um acidente nuclear, por exemplo, incluem:

  • – Limitar o tempo de exposição à radiação
  • – Evacuar a área atingida pela radiação
  • – Usar roupas especiais, como luvas e máscaras, que dificultem o contato da radiação com a pele
  • – Evitar alimentos ou água que tenha origem no local contaminado

Cuidados com exames médicos

A radiação também é usada para procedimentos médicos e, por mais leve que seja, alguns cuidados também devem ser tomados. Um dos principais é limitar e usar esses procedimentos apenas sob orientação médica, seguindo todos seus conselhos.

Para as crianças, a exposição a esses procedimentos médicos deve ser ainda mais limitado. Como os efeitos da radiação se acumulam ao longo da vida, eles podem provocar danos à saúde vários anos após a exposição.

Conclusão

A radiação está em todo lugar e estamos expostos à ela todos os dias. Os efeitos da radiação para a saúde podem ser mínimos ou graves, dependendo da quantidade. Mesmo que não estejamos expostos a um acidente nuclear, alguns cuidados devem ser tomados, mesmo em procedimentos médicos onde ela é usada.