O que é esclerose múltipla e como tratar os sintomas dessa doença

O que é esclerose múltipla e como tratar os sintomas dessa doença

A esclerose múltipla (EM) afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. As mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens, de acordo com a National MS Society. A história familiar também é um fator de risco importante para essa doença.

O que é esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma condição neurodegenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central (cérebro, nervos ópticos e medula espinhal).

O próprio sistema imunológico do corpo ataca a bainha protetora, chamada mielina, que envolve os nervos do cérebro, da medula espinhal e do nervo óptico. Esse ataque resulta em inflamação e desenvolvimento de uma ou mais lesões, resultando em cicatrizes (placa esclerótica), formada nos nervos. Estas lesões interferem com as mensagens nervosas enviadas através do cérebro e medula espinhal.

A esclerose múltipla é uma doença progressiva causada por uma desordem imunológica. Isso significa que o sistema projetado para manter seu corpo saudável, por engano ataca partes de seu corpo que são vitais para sua vida. Como resultado, os revestimentos protetores das células nervosas ficam danificados, o que leva a diminuição da função no cérebro e na medula espinhal.

A causa da esclerose múltipla permanece em grande parte um mistério, embora a doença tenha sido descoberta em 1868. Pesquisadores sabem que o dano do nervo é causado pela inflamação, mas a causa da inflamação ainda é desconhecida.

Existem 4 tipos principais de esclerose múltipla:

  • – Esclerose múltipla recidivante (EMRR). Cerca de 85% das pessoas são inicialmente diagnosticadas com esse tipo
  • – Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP)
  • – Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP)
  • – Esclerose múltipla progressiva recorrente (EMPR)

A esclerose múltipla é a condição neurológica degenerativa mais comum diagnosticada em adultos jovens (pessoas entre 20 e 40 anos).

Essa doença não é necessariamente hereditária. No entanto, a genética desempenha um papel importante em quem desenvolve a doença. Você tem uma maior chance de desenvolvê-la se tem um parente próximo com esclerose múltipla, de acordo com a National MS Society.

A população em geral tem apenas um décimo de chance de desenvolver esclerose múltipla. Mas o número salta para 2,5 a 5% se você tem um irmão ou pai com o problema.

A hereditariedade não é o único fator na determinação da esclerose múltipla. Um gêmeo idêntico só tem uma chance de 25% de desenvolver esclerose múltipla se seu gêmeo tem a doença. Embora a genética é certamente um fator de risco, não é o único.

A condição não é contagiosa. As pesquisas atuais sobre a compreensão da causa da esclerose múltipla estão se concentrando no papel da genética, exposição ao vírus Epstein-Barr, estilo de vida e deficiência de vitamina D.

Esclerose múltipla sintomas

As pessoas com esclerose múltipla tendem a ter seus primeiros sintomas entre as idades de 20 e 40 anos. Geralmente os sintomas melhoram, mas depois voltam. Alguns podem ir e vir, enquanto outros demoram para passar. Acompanhe seus sintomas para ajudar seu médico a monitorar o curso da doença e a eficácia do tratamento.

Se você tem um diagnóstico ou está preocupado com os sintomas, saiba que a esclerose múltipla não tem que controlar a sua vida. Você pode trabalhar com seu médico para tratar e gerenciar seus sintomas para que possa permanecer saudável e continuar a viver a vida que você quer.

Os primeiros sintomas de esclerose múltipla são:

  • – Problemas de visão
  • – Falta de coordenação
  • – Formigamento e dormência
  • – Fraqueza em um braço ou perna
  • – Fadiga
  • – Dores e espasmos
  • – Problemas de equilíbrio ou tontura
  • – Problemas com a bexiga
  • – Disfunção sexual
  • – Problemas cognitivos

Nenhuma pessoa tem exatamente os mesmos sintomas de esclerose múltipla. Você pode ter um único sintoma, e depois passar meses ou anos sem outros. Um sintoma também pode acontecer apenas uma vez, ir embora e nunca mais voltar. Para algumas pessoas, os sintomas se agravam em semanas ou meses.

Estas são as alterações mais comuns na mente e no corpo em alguém com essa doença. Tenha em mente que a gravidade dos sintomas varia muito e muitas pessoas ficam anos com apenas sintomas leves que vêm e vão.

Algumas sensações incomuns que as pessoas com esclerose múltipla muitas vezes dizem sentir é uma sensação de “agulhas” ficando no corpo, coceira, queimação e dores. Cerca de metade das pessoas com esclerose múltipla tem esses sintomas desconfortáveis. Felizmente, eles podem ser gerenciados ou tratados.

Os sintomas terciários são os problemas sociais, psicológicos e relacionados ao trabalho de viver com esclerose múltipla. Por exemplo, se a esclerose múltipla torna difícil para a pessoa andar ou dirigir, você pode não ser capaz de fazer certas atividades sem ajuda.

Diagnóstico

Um médico, provavelmente um neurologista, irá realizar vários testes para diagnosticar a esclerose múltipla, incluindo:

  • – Exame neurológico: o seu médico verificará se há comprometimento da função nervosa
  • – Exame ocular: testes para avaliar sua visão e verificar se há doenças oculares
  • – Ressonância magnética: uma técnica que usa um poderoso campo magnético e ondas de rádio para criar imagens transversais do cérebro e medula espinhal
  • – Punção lombar (Spinal tap): um teste envolvendo uma agulha longa que é inserida em sua coluna vertebral para remover uma amostra de fluido circulando em torno de seu cérebro e medula espinhal

Os médicos usam esses testes para procurar danos no sistema nervoso central em duas áreas separadas. Esses testes também são usados ​​para descartar outras condições.

Esclerose múltipla tem cura

A esclerose múltipla não tem cura, mas os pesquisadores descobriram muitos tratamentos que podem retardar sua progressão.

A melhor defesa contra a esclerose múltipla é procurar um médico imediatamente após você experimentar os primeiros sinais de alerta. Isto é especialmente importante se alguém em sua família tem a doença, pois é um dos principais fatores de risco da esclerose múltipla.

Os tratamentos para esclerose múltipla visam reduzir o número e a gravidade das recaídas, além de reduzir o dano que ocorre levando a incapacidade a longo prazo.

O tratamento precoce é altamente recomendado e pode envolver uma mistura de tratamentos médicos, medicamentos e terapias. A maioria das pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla não se tornam gravemente deficientes.

Atualmente, existem diversas opções de tratamentos com medicamentos, através de cápsula oral diária ou injeções diárias, semanais e mensais. Alguns dos medicamentos usados no Brasil para o tratamento são: Interferon, Acetato de glatirâmer, Fingolimode, Natalizumabe e Mitoxantrona.

Mais três novos tratamentos foram recentemente incorporados e aprovados pela ANVISA para uso no Brasil, para tratar essa doença. Infelizmente estes tratamentos, ainda não estão disponíveis no SUS, eles incluem: Teriflunomida, Fumarato de dimetila e Alemtuzumabe.

Há também as terapias modificadoras de doenças (DMTs) são medicamentos que têm demonstrado diminuir a frequência e gravidade dos ataques ou recaídas e retardam a progressão da incapacidade na esclerose múltipla recorrente em remissão.

Há poucas evidências de pesquisas quanto à segurança de usar DMTs durante a gravidez e amamentação. Por esta razão, o tratamento é geralmente suspenso durante uma gestação. É importante discutir suas opções, e perguntas, completamente com seu neurologista.

A vitamina D também está sendo utilizada no tratamento de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. Apesar de ser algo recente, esse tratamento é visto por especialistas como um grande avanço da medicina.

Outras estratégias para o gerenciamento dessa doença, envolvem fisioterapia, o uso de relaxantes musculares, medicamentos para reduzir a fadiga. Outros medicamentos podem ser usados para um possível caso de depressão, dor e para o controle de problemas na bexiga ou intestino, associados com a esclerose múltipla.

Mais informações

A esclerose múltipla é uma doença sem cura e que seus sintomas podem afetar a rotina de vida de seus pacientes. Seguir corretamente o tratamento ajuda a tratar os sintomas e preveni-los, melhorando sua qualidade de vida. A maioria das pessoas aprende a gerenciar seus sintomas e pode manter uma vida plena e ativa.