Crianças e antidepressivos
A medicação ajuda crianças deprimidas, mas somente aqueles cujos sintomas são graves o suficiente para justificar o tratamento com antidepressivos, seguindo de uma analise clínica. O estudo é uma análise cuidadosa dos dados de 12 testes publicados e testes inéditos em que novas drogas antidepressivas foram estudadas em crianças de 6 a 18 anos com depressões profundas.
Houve um grande problema com esses estudos: um placebo (pílulas falsas) ajudou a quase metade das crianças deprimidas melhorar. Drogas antidepressivas tiveram um resultado ligeiramente melhor, o que resulta numa melhoria substancial para 59% das crianças em comparação com 48% para o placebo. Será que isso significa que as drogas não funcionam muito bem, ou é outra coisa? Isso é o que Jeffrey A. Bridge, do Nationwide Children\’s Hospital, em Columbus, Ohio, e seus colegas tentaram descobrir. Os pesquisadores analisaram todos os dados coletados em diferentes estudos. Eles descobriram que crianças matriculadas em testes multicêntricos eram muito mais propensas a responder ao placebo do que o resto das crianças em outros testes. Eles também descobriram que as crianças em estudos mais longos tem menos tendencia à depressão grave do que em crianças em periodos menores de teste. Isso dizem eles, pode significar que os antidepressivos são os mais úteis para as crianças com menos depressão moderadamente grave.
Para as crianças com depressão leve, os benefícios da droga superam seus riscos. “Se confirmados, esses resultados levantam dúvidas sobre os benefícios de antidepressivos no tratamento de pacientes pediátricos com depressão”, Bridge e seus colegas concluem.
Os médicos que tratam de crianças com a depressão deve prestar especial atenção a ela. O estudo mostra a importância de uma avaliação cuidadosa e extensiva antes de iniciar a medicação para assegurar que a depressão é grave o suficiente para justificar o tratamento com medicamentos. Emslie faz um outro ponto importante: O grande efeito placebo observados em estudos não significa que não há depressão na infância e que as crianças não precisam de tratamento. Bridge e seus colegas sugerem que as crianças com depressão leve obtem maior beneficios de psicoterapia especializada do que os antidepressivos.
Em qual grau deve ser a depressão da criança antes de ser dado o uso de antidepressivos? Infelizmente, o estudo não pode responder essa pergunta. Emslie sugere que os diagnósticos futuros são projetados para descobrir o que as crianças são mais propensas a precisar de tratamento para a depressão. O estudo de Bridges e Emslie aparece na edição de janeiro do American Journal of Psychiatry.